Recurso milionário

Corsan promete investir R$ 700 mi em Santa Maria nos próximos 30 anos

Marcelo Martins

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Cada vez que a prefeitura de Santa Maria ameaça rescindir o contrato com a Corsan, a companhia vem com promessas. E, desta vez, não foi diferente. Trinta e cinco dias após o governo Cezar Schirmer (PMDB) ter notificado, no final do mês de agosto, de que não irá renovar o contrato de abastecimento de água e de tratamento de esgoto com a empresa na cidade, o presidente da companhia, Flavio Presser, desembarcou na cidade.

Durante encontro dele com o prefeito Schirmer, veio a promessa, sustentada em números: a Corsan promete aportar, em caso de renovação contratual (que se encerra em setembro de 2016), mais de R$ 700 milhões no município. O montante seria diluído em investimentos durante 30 anos.

O carro-chefe da Corsan está amparado em duas frentes: a criação de um Fundo de Gestão Compartilhada que teria como função principal viabilizar a aplicação do Plano Municipal de Saneamento em até 20 anos e, ainda, universalizar a cobertura de esgoto no município. A outra aposta da Corsan está em criar uma Unidade Especial para Santa Maria que daria maior autonomia administrativa e operacional para resolver problemas e atender demandas.

Cliente que dá lucro

A Corsan está em 316 municípios, mas é Santa Maria o segundo cliente que mais dá lucro à companhia. Em 2014, foram arrecadados R$ 75 milhões com os serviços prestados.

Nos planos de Schirmer há algumas ideias para resolver uma possível rescisão contratual. São elas: a municipalização do abastecimento, como ocorre, por exemplo, em Porto Alegre e em São Gabriel, com a abertura de uma licitação para terceirizar o serviço. Há a possibilidade de criar uma estatal, aos moldes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que funciona na Capital, ou, ainda criar uma companhia municipal para tratar do saneamento.

Na cidade, há, hoje, duas comissões – uma da prefeitura com participação da sociedade e outra do Legislativo – que acompanham o tema.

– No papel, tudo se aceita – disse Schirmer sobre as propostas apresentadas pela Corsan.

O presidente da Corsan acredita que há tempo para haver entendimento entre as partes. Ele sustenta que uma eventual rescisão implicaria em um passivo de quase R$ 500 milhões do município com a companhia. Ele lembrou que, recentemente, saiu uma condenação em que a prefeitura de Novo Hamburgo terá de pagar quase R$ 150 milhões à companhia. O valor é referente a ressarcimento do patrimônio deixado pela companhia ao município.

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